Ainda
é usual, no Brasil, a idéia de que o maestro de coro tem que acumular todas as
funções relativas à preparação dos cantores, desde o ensino técnico vocal,
passando pelo ensino teórico de música, até o trabalho musical propriamente
dito. Claro que isto se deve ao fato de que o dinheiro é escasso para a divisão
entre vários profissionais que poderiam trabalhar especificamente cada aspecto.
Porém, é chegado o tempo da especificidade e cada coro tem que pensar muito bem
seu orçamento, de modo que os cantores recebam a orientação necessária para o
funcionamento correto do coro.
A
questão é: e se o maestro não tiver sido, nunca, um cantor de coro? Mais. E se
o maestro nunca tiver cantado na sua vida? Como trabalhar musicalmente qualquer
obra coral se o aspecto básico da execução não existe na cabeça deste maestro?
Perguntarão: mas um maestro de orquestra não sabe executar todos os
instrumentos de orquestra. Ao que eu sou obrigado a responder como fazia Sergio
Magnani: mas o maestro de orquestra não deveria executar pelo menos um
instrumento? Ou esta necessidade não existe? Então, pensando no coro, se os
naipes de coro são como naipes de orquestra, o maestro não deveria saber cantar
em pelo menos um?
Mas,
partamos da idéia de que um maestro de coro não tem o devido conhecimento
técnico vocal, como resolver isto? Simples. Há que se ter um preparador vocal
parceiro, alguém que conheça das questões de coro e saiba, além de trabalhar os
cantores individualmente, igualar os naipes timbristicamente.
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