terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A técnica vocal no coro, ou Por que coros tão ruins? (3)


Ainda é usual, no Brasil, a idéia de que o maestro de coro tem que acumular todas as funções relativas à preparação dos cantores, desde o ensino técnico vocal, passando pelo ensino teórico de música, até o trabalho musical propriamente dito. Claro que isto se deve ao fato de que o dinheiro é escasso para a divisão entre vários profissionais que poderiam trabalhar especificamente cada aspecto. Porém, é chegado o tempo da especificidade e cada coro tem que pensar muito bem seu orçamento, de modo que os cantores recebam a orientação necessária para o funcionamento correto do coro.

A questão é: e se o maestro não tiver sido, nunca, um cantor de coro? Mais. E se o maestro nunca tiver cantado na sua vida? Como trabalhar musicalmente qualquer obra coral se o aspecto básico da execução não existe na cabeça deste maestro? Perguntarão: mas um maestro de orquestra não sabe executar todos os instrumentos de orquestra. Ao que eu sou obrigado a responder como fazia Sergio Magnani: mas o maestro de orquestra não deveria executar pelo menos um instrumento? Ou esta necessidade não existe? Então, pensando no coro, se os naipes de coro são como naipes de orquestra, o maestro não deveria saber cantar em pelo menos um?

Mas, partamos da idéia de que um maestro de coro não tem o devido conhecimento técnico vocal, como resolver isto? Simples. Há que se ter um preparador vocal parceiro, alguém que conheça das questões de coro e saiba, além de trabalhar os cantores individualmente, igualar os naipes timbristicamente. 

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