terça-feira, 5 de março de 2013

O Miserere pelo qual Mozart foi quase excomungado


É sabido, no meio musical, que Mozart tinha uma memória prodigiosa. Conseguia se lembrar de trechos musicais inteiros tendo ouvido apenas uma vez. Também é conhecida a história de que ele teria copiado uma música que era executada apenas no Vaticano, e que era proibida a sua cópia, sob pena de excomunhão. Wolfgang, aos 14 anos, ouviu esta peça e chegando em casa copiou-a de memória. Este é um fato verídico, confirmado por duas cartas, uma de seu pai, Leopold, e outra de sua irmã, Nannerl. A irmã, inclusive, conta o detalhe de o menino Mozart ter ficado aborrecido quando retornou dois dias depois à Capela Sistina, quando a peça foi novamente executada, e constatou que havia cometido alguns erros.

Bem, esta peça é o belo Miserere de Gregorio ALLEGRI, compositor e padre italiano (1582-1652) que, apesar de ter composto e publicado uma profusão de obras sacras, é lembrado, sobretudo por esta peça, um elaborado moteto sacro cantado até 1870 pelo coro papal na Semana Santa. O Miserere mei, Deus (Tende misericórdia de mim, ó Deus) é uma versão musicada do Salmo 51, escrita durante o papado de Urbano VIII, provavelmente durante a década de 1630. Aqui uma bela execução pelo King's College Cambridge que vale a pena assistir:



Em tempo: Mozart não foi excomungado, é claro, mas teve que tocar a peça em um concerto de cravo para o Papa.

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