Depois de uma longa viagem, com
entrada por Madri, chegamos em Barcelona, capital da Catalunha. Uma cidade
belíssima logo na chegada, com um aeroporto moderno e enorme, diferente das
nossas estruturas aeroportuárias daqui. Todos cansadíssimos esperando que o
hotel fosse bom para nos proporcionar uma boa condição de descanso e porto
entre uma apresentação e outra. A torcida deu certo e, sim, ficamos bem
acomodados num hotel na Avenida Meridiana, uma das principais da cidade, lugar
bom para partirmos para qualquer parte da cidade. Estávamos, neste ponto,
preparados para o começo de apresentações, marcado para daí a dois dias.
No dia seguinte, um passeio pela
cidade. Logo o Parque Güel onde fomos definitivamente apresentados a este ser
fantástico que foi e é Gaudi (leia-se Gaudí). Um ensaio à tarde para acerto
final das peças e lá fomos nós para o percurso de apresentações.
E em outubro de 2012, fomos para Barcelona
para participarmos no Barcelona Cantat, evento anual que reúne coros de várias
partes do mundo. Foi um trabalho hercúleo por parte da coordenadoria do Coral e
do BDMG Cultural. Ao longo dos próximos dias tentarei contar um pouco do que
foi esta maravilhosa experiência.
Partimos no dia 16, com destino a
Salvador onde nos encontramos com nossos guias. Passeamos pela cidade ao longo
do dia, já que o nosso embarque seria à noite. Vários dos cantores aguardavam
ansiosos este momento, pois se tratava de sua primeira experiência
internacional.
Antes do embarque, cantamos no
saguão do aeroporto, a pedido de nossos novos amigos baianos. Lá conhecemos os
nossos colegas do Coral Odonto Bahia, o qual também participaria do evento, e
com quem dividiríamos momentos alegres na Espanha. E lá fomos nós...
Belíssimo trabalho do meu antigo mestre Ricardo Rocha. Assim ele descreve:
“José Maurício Nunes Garcia, que, segundo Edino Krieger, foi o “primeiro grande vulto da música das Américas, com uma produção capaz de ombrear, em volume e qualidade, com os grandes compositores europeus de sua época”, era negro, filho único de escravos alforriados e atuava na Sé Catedral do Rio de Janeiro, que à ocasião da chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, em 1808, funcionava na igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.
As Obras Ofício de Defuntos, de 1816, para Orquestra, Coro e Solistas A ocasião foi a da morte da rainha D. Maria I, mãe de D. João VI, mas a inspiração que levou o compositor às lágrimas na criação deste Ofício de Defuntos (nome original) nasceu do fato de sua mãe, Victoria Maria da Cruz, pessoa que maior influência exerceu sobre ele ao longo da vida, ter falecido no mesmo dia da Rainha-Mãe.
Missa Pastoril para Noite de Natal, para Orquestra, Coro e Solistas Escrita para o Natal de 1811, esta Missa Pastoril evoca o encantamento de presépios de igrejas barrocas e consegue refletir a singeleza e a ternura inerentes ao espírito da noite de Natal. A ingenuidade da invenção melódica, de feição pastoral, envolve diversos momentos da missa com a mesma idéia cuidadosamente articulada nas formas tradicionais e lhe confere um caráter repousante, reforçado pelo movimento rítmico que lhe serve de base.
A montagem destas obras-primas representa o compromisso da Cia. Bachiana Brasileira com a difusão da Música Brasileira de Concerto e da fecunda produção de José Maurício Nunes Garcia, que significou para a história da nossa música, no século XVIII, o mesmo que Carlos Gomes e Villa-Lobos nos séculos XIX e XX respectivamente.”
No
dia 18 de agosto, como bem lembra a nossa Coordenadora Gislaine Prado, o IEPHA
(Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico) realizou um evento na
Praça da Liberdade comemorando o Dia do Patrimônio. Foram dez horas de programações
com eventos diversos, tendo a participação de corais, orquestras e bandas, além
de exposições de materiais e trabalhos artesanais.
Lá
estávamos nós, participando como parceiros do Instituto, já que a vida do Coral
BDMG tem sido de preservação constante do patrimônio musical do nosso estado.
Infelizmente não cantamos em cima do coreto, que está interditado para reforma,
mas ficou a boa sensação de estarmos cantando de novo na Praça da Liberdade.
Esperamos que 2013 marque o nosso retorno àquele espaço tão caro para nós, o
qual foi palco, por 17 anos, para dezenas de corais ligados ao Coral BDMG
através do Projeto 4 Cantos – Coral na Praça.
Em
setembro, comemorávamos os 50 anos do BDMG. Ocasião especialíssima para quem
faz parte da história do banco, com uma noite de gala no Palácio das Artes. Lá estavam,
além dos colegas do banco, o Governador
do Estado, toda a Diretoria da instituição, bem como a Diretoria do BDMG
Cultural. O show da noite estava a cargo de Fernanda Takai, grande musicista do
nosso estado, conhecida pelo seu trabalho com a banda Pato Fu.
Um
arranjo foi montado para que o coro cantasse com ela a peça “Sobre o tempo”. A
ideia era que cantássemos da platéia, como elemento de surpresa, sendo
apresentando a todos logo em seguida, já que o Coral tem hoje o carinho de
todos que trabalham no BDMG. Logo vimos que não funcionaria, pois as vozes se
perdiam na imensidão do auditório e não era possível colocarmos microfones onde
estávamos. Solução: peçamos desculpas a todos pelo visual informal e vamos
todos para o palco. Fernanda concordou? Plenamente, tendo sido simpática por
demais. Resultado: um sucesso.
A
surpresa ficou para o show, quando Fernanda Takai ainda chamou os cantores para
uma “canja”, pegando a todos de surpresa. Mas, tudo saiu melhor do que a
encomenda, com a turma se integrando a ela no “Debaixo dos caracóis, dos seus
cabelos...”
Se
aproximava o mês de nossa viagem à Espanha e o coro se concentrava cada vez
mais no conjunto de obras que levaríamos para lá. Esta pequena viagem, já que
São Gonçalo fica a 80 km de BH, serviu para o acerto dos uniformes das meninas
e para que aproveitássemos o belo local para nossa fotografias de grupo. Claro
que a apresentação foi muito boa, já que estava conosco, mais uma vez, a
querida Patrícia Valadão, mas o coro ficou cansado com a bateria de fotos.
Algumas das fotos eu posto abaixo, esperando que gostem do resultado:
Como
dizemos nós mineiros, Santo Antônio do Leite é logo ali, pertinho, entre
Itabirito e Ouro Preto. Simpaticíssima, uma igrejinha linda do século XVIII, um
artesanato típico e belo, uma pousada maravilhosa com direito a pão de queijo
quentinho e um cafezinho a toda hora. Junte-se a isto uma bela apresentação
musical, com compositores mineiros do século XVIII, os quais talvez conhecessem
o povoado. Pronto!!! Fim de semana “quase”perfeito.
Não é, coro?
Situada
a 300 km de BH, São Tomé das Letras é uma cidade que nos vem sempre à mente
como lugar de observação de objetos voadores não identificados. Lugar para
contato com outros povos, de outros mundos. Não vimos este objetos, mas uma
igreja linda, na qual pudemos fazer uma boa apresentação. Também não tivemos
contatos imediatos, a não ser com um público que, na essência, era paulista.
Sempre é muito interessante irmos para o sul de Minas e nos sentirmos muito
mais em São Paulo do que na nossa terrinha, pois os costumes, sotaques e
maneiras são estranhas a nós, aqui do centro do estado. O que mantém a
integridade? O pão de queijo (e o uai dos moradores, é claro).
Um
ponto negativo nesta cidade é a chegada, quando é possível ver o estrago que a
extração, sobretudo da linda pedra de São Tomé, causa na região. O que nos
pareceu é que, dentro de mais alguns anos, não teremos mais a serra na qual a
cidade está assentada.
Praça da Igreja Matriz
Igreja Matriz de São Tomé das Letras
Os Ovnis não apareceram, mas o por do sol foi maravilhoso
Dizem que esta gruta leva a Macchu Picchu. Eu ia, mas desisti, pois chegaria atrasado ao concerto.
Santo
Antonio do Itambé dista 350 km de BH, próximo a Diamantina. Lá estivemos em 09
de junho, cantando o Projeto Estrada Real dentro das festividades do padroeiro
da cidade. Um cidade pequena, porém encantadora, a qual se preparava para um
show durante a noite que não deixou que alguns cantores dormissem após a
apresentação (não por causa do incômodo do som, mas porque participaram
ativamente do mesmo).
A
apresentação, na Matriz de Santo Antonio, foi linda, com participação ativa da
comunidade que nos assistiu interessada até o fim. Mas, o melhor estava por
vir, pois terminado o concerto fomos surpreendidos por uma queima de fogos no
exterior da igreja, acompanhada pela banda de música local. Tudo isto dentro da
programação de festas. Para o nosso espírito mineiro, ligado às tradições que
todos conhecemos, mas que é cada raro na nossa capital, foi um presente.
O maestro
Márcio Miranda Pontes, em parceria com o Instituto Unimed-BH e fomento do
Ministério da Cultura – Lei Federal de Incentivo à Cultura, oferece vagas para o
curso gratuito de Regência voltado para regentes, cantores e instrumentistas
atuantes em corais da Região Metropolitana de Belo Horizonte. As aulas serão
ministradas pelo maestro, regente titular da Orquestra Jovem de Ouro Preto
e professor de Regência, Contraponto e Harmonia na Escola de Música do Palácio
das Artes, e por uma equipe de professores altamente qualificados.
A
oficina vem ao encontro da necessidade de formação, qualificação e
especialização de lideres musicais, capacitando-os para atuar com qualidade na
prática de seus grupos. Além da Técnica de Regência, será abordada a didática
musical aplicada no aperfeiçoamento dos cantores, nos aspectos da técnica vocal
e leitura musical. O projeto objetiva fortalecer o movimento coral por meio do
intercâmbio cultural entre grupos da região. Serão realizados ensaios, reuniões
e seminários com regentes, coralistas e gestores de corais, além de concertos
com o formato de festival de corais, em Belo Horizonte, Sabará, Moeda e Catas
Altas.
Herança
da rica cultura setecentista mineira, os corais fazem parte da tradição e
história do estado. Não há uma cidade mineira, por menor que seja, que não
tenha um coral formado e atuante. Embora o movimento continue vivo, já foi mais
intenso no passado e carece de iniciativas que apoiem, estimulem e proponham
ações para fortalecer o intercâmbio cultural e promover a troca de
experiências, valorizando a diversidade cultural e artística e incentivando
novos talentos.
As
inscrições para o Curso de Regência estão abertas até 20/01/2013. Para
inscrever-se envie um e-mail para oficina@uai.com.br
com os seguintes dados: nome e endereço completos, telefones de contato e um
breve relato de sua experiência musical. Escreva no assunto do e-mail
“Inscrição para o Curso de Regência”. A inscrição só será efetivada após a
confirmação, que você receberá por e-mail até o dia 22/01/2013, agendando a
entrevista.
Atenção,
coros, para a divulgação do BDMG Cultural relativa à abertura de seleção para
participação no Projeto 4 Cantos. Copio e-mail enviado na última sexta-feira:
Há
20 anos no trabalho de divulgação do canto coral em Minas Gerais, o projeto Quatro
Cantos – Coral na Praça inova a temporada 2013, por meio do processo de
seleção para coros mineiros interessados em participar da série. As inscrições
já estão abertas e podem ser realizadas até o dia 15 de fevereiro. Os
grupos selecionados se apresentarão de abril a setembro do ano que vem, na
Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, junto ao Coreto.
Para
participar, os corais deverão acessar o site www.bdmgcultural.mg.gov.br,
conferir o regulamento e preencher a ficha de inscrição. A documentação
solicitada poderá ser enviada via Correios, endereçada ao BDMG Cultural (Rua da
Bahia 1600, térreo – CEP 30160-907 – Belo Horizonte / MG) ou pela internet,
para o e-mail coral@bdmg.mg.gov.br.
“A
série de concertos Quatro Cantos – Coral na Praça é um programaquevaloriza e divulga o canto coral em Minas Gerais, com a criação de um
espaço capaz de promover o estímulo a grupos infantis e de formação recente,
renomados e qualificados grupos, além de apoio ao trabalho de canto polifônico
ou folclórico.”
Mais
informações pelo telefone (31) 3219-8382. A inscrição é gratuita.
No
dia 20 de maio estivemos em Dores de Campos (MG), uma cidade simpática, bem
representativa do interior de Minas Gerais, com um público sensível e
interessado na música do nosso estado. Foi uma apresentação feliz, num domingo
de manhã quando cantamos após a missa das 10h00 (cantamos na Matriz de Nossa Senhora
das Dores). Nos acompanhou nesta bela apresentação, mais uma vez, Patrícia
Valadão.
Começamos,
em 2012, mais um projeto do Coral BDMG: o Projeto Diversificação. A ideia é
simples: percorrermos igrejas de BH cantando o nosso repertório para a
comunidade de nossa cidade. Apenas 2 igrejas ao longo deste ano para que
pudéssemos adaptar o novo projeto à intensa agenda do coro. 2013 promete um
número maior.
Fomos
à Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (11/04), carinhosamente chamada por quem
é da região de “Perpetinha”. Já havíamos cantado lá anos atrás e, por isso,
fomos recebidos como se fora nossa casa. Uma acústica propícia, o repertório
sacro e um público atento e acolhedor. Começamos muito bem!!!
Olá
a todos que seguem o blog do Coral BDMG. Antes de falar sobre o ano e o que
virá, aquecerei os motores escrevendo sobre os eventos do último ano, que foram
intensos. Com fotos tentarei resumir o que fizemos e por onde andamos.
Comecemos
pela nossa viagem a Piedade de Paraopeba, um distrito de Brumadinho (pertinho
aqui de BH). Um lugar lindo, pouco conhecido até por nós da capital, com uma
igreja linda do século XVIII. Casas de interior mineiro, um povo acolhedor e
uma comida mineira de primeira. Uma apresentação de músicas de compositores
mineiros dos séculos XVIII e XIX com acompanhamento da nossa amiga Patrícia
Valadão (uma das melhores pianistas do nosso estado). Projeto Estrada Real.